A Viola da Terra é uma viola típica do arquipélago dos Açores que se apresenta com formas distintas no caso da ilha de S. Miguel e da ilha Terceira.
Esta viola, à selhança das suas congéneres do continente, seria nos seus primórdios como aquela que lhe deu origem e que existia no continente, da qual existem registos escritos sobre a sua fisionomia (Juan Bermudo, séc. XVI). Pelo isolamento que condicionava a vivência nos Açores, estas violas tiveram uma evolução diferente.
A Viola da Terra Micaelense tem 5 ordens de cordas duplas, as 3 primeiras afinadas em uníssono e 2 restantes em oitava, e tem geralmente a boca em forma de dois corações que, segundo a interpretação popular, representa o amor entre duas pessoas que estão separadas fisicamente. Outros elementos da decoração da boca e tampo estão associados à simbologia adjacente ao ato de emigração.
A Viola da Terra Terceirense tem normalmente 5 ordens de cordas com a 2 primeiras duplas e afinadas em unísono, e as restantes 3, triplas e afinadas em oitavas. Esta viola pode ainda ter mais uma ordem de cordas mais grave, somando ao todo 15 cordas ou mesmo 18 cordas quando é acrescentada uma 7ª ordem de cordas.
Nas suas diferentes configurações de construção, temos como mais usuais:
Tampo: Em Tília, Pinho (Abeto)
Ilhargas e costas : Mogno, Pau Santo
Braço: Mogno
Escala: Panga Panga, Pau Santo, Ébano
Mecanismo de afinação: Cravelhas, Carrilhão
Tampo: | Em Tília, Pinho (Abeto) | |
Ilhargas e costas: | Mogno, Cerejeira, Plátano, Pau Santo | |
Braço: | Choupo, Mogno, Cedro | |
Escala: | Panga Panga, Pau Santo, Ébano | |
Mecanismo de afinação: | Cravelhas de madeira, Carrilhão |